quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Adalberto e o papel higiênico




O futebol já perdeu grandes talentos devido à séries lesões, como o holandês Marco Van Basten. O Flamengo também perdeu uma de suas grandes revelações, o lateral-esquerdo apontado como o sucessor de Júnior, Adalberto. Jogador com excelente técnica e força, conquistou sete títulos pelo clube,  disputando 185 jogos com o Manto Sagrado e marcando sete gols. 

Nascido no Rio de Janeiro, em 1964, Adalberto Machado foi criado nas categorias de base do Flamengo, sendo Campeão Carioca Juvenil em 1981. Foi Campeão Sul-Americano e Mundial, pela Seleção Brasileira de Juniores em 1983, com os Tetracampeões Taffarel, Jorginho, Dunga e Bebeto. Fez no total 10 jogos pela Seleção, participando dos Jogos Pan-Americanos na Venezuela, em 1983, e do Torneio Pré-Olímpico em 1984.  

Após os títulos com a Seleção Brasileira Adalberto foi promovido para a equipe profissional, fazendo sua estreia em 1983, num jogo do Campeonato Brasileiro contra o Guarani-SP. Júnior jogou como lateral-direito abrindo espaço para a promessa das categorias de base. O jogo terminou empatado em 0x0. Sua exibição agradou o técnico Carlos Alberto Torres que o colocaria em sua partida de estreia no comando do time contra o Corinthians. Estava no elenco que conquistou o Campeonato Brasileiro de 1983. 

Seu primeiro gol pelo Flamengo veio no ano seguinte, no seu segundo jogo na temporada, contra o Brasil-RS no Campeonato Brasileiro, mas Adalberto firmou-se na equipe apenas em 1985, tendo uma atuação memorável na goleada imposta sobre o Botafogo por 6×1, onde marcou dois gols. O clube alvinegro vivia melhor momento na competição, e os chorafoguenses resolveram provocar o Mengão levando toneladas de papel higiênico ao Maracanã, dizendo que o Flamengo “se borrava de medo” ao os enfrentar. 

A resposta veio em campo, e de virada! O Botafogo marcou com Elói. Em seguida Adalberto tabelou com Adílio na entrada da área e tocou na saída do goleiro Luís Carlos para empatar a partida. Depois, em bela jogada de linha de fundo, serviu Chiquinho que marcou o quarto. Perto do final do jogo, fez mais um driblando até o goleiro alvinegro para fazer o quinto. A revista Placar coroou sua atuação com uma rara nota 10. Adalberto ainda respondeu aos torcedores rivais em entrevista após o jogo: “Papel higiênico, se sobrou, é para eles enxugarem as lágrimas de 17 anos sem título!”.

Em 1986 foi titular do time Campeão Carioca, mas num jogo entre Flamengo e Botafogo-PB pelo Brasileiro, em Caio Martins, o atacante Porto acertou uma entrada por trás violentíssima que provocou fratura na tíbia direita de Adalberto. A recuperação foi lenta e sofrida. Adalberto ficou cerca de meio ano parado, só voltou em março de 1987, passando toda aquela temporada tendo problemas físicos diversos, mas consagrando-se Tetracampeão Brasileiro. 

Adalberto passou todo o ano de 1988 trabalhando para tentar uma solução definitiva para suas contusões. Em 1º de abril de 1989, após mais de um ano e meio sem jogar, chegou a participar de parte de um amistoso contra o América de Três Rios (RJ), mas não conseguiu sequer terminar a partida, abandonando a carreira com apenas 24 anos de idade.

Adalberto trabalhou como coordenador das categorias de base do CFZ, antes de embarcar para a Espanha a convite do amigo e também ex-lateral Mazinho. Lá ele exerceu a mesma função no Celta de Vigo, clube em que seu filho, o atacante Rodrigo Machado da seleção da Espanha sub-20, começou a jogar.

Adalberto é um dos Heróis do Mengão!

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