quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Blog

Em respeito aos seguidores e leitores aqui do blog gostaria de avisar que devido a falta de tempo não estou postando mais aqui. Aceitei o convite do blog FlaManolos para escrever por lá, nos mesmos moldes daqui. Os posts antigos continuarão aqui, mais novos só sairão por lá.
Para quem curte e conhece o FlaManolos é só acompanhar por lá. Para quem não conhece ainda, é uma ótima oportunidade de conhecer. Existe um link aqui no blog para lá, é só clicar!

SRN!

domingo, 9 de outubro de 2011

Chiquinho Pastor



Há um grande número de jogadores que seguem fervorosamente uma religião, ou por já serem religiosos antes de começar a carreira, por procurarem a fé para manter seu foco na carreira, ou até mesmo para buscar na fé esperanças de uma vida melhor. Existe até mesmo uma parcela de jogadores denominados "Atletas de Cristo". Dentre todos os atletas religiosos, nosso homenageado nesse post é o ex-zagueiro Chiquinho.  

Francisco Jesus Fernandes nasceu no Rio de Janeiro, em 1946. Começou sua carreira no Botafogo e ganhou o apelido de Chiquinho Pastor pelas comuns pregações religiosas que fazia dentro dos vestiários antes dos jogos. Pelo clube alvinegro apesar de ser campeão diversas vezes pelos times das categorias de base do clube, profissionalmente conquistou apenas uma Taça Guanabara e uma Taça Brasil. 

No ano de 1972 transferiu-se para o Mengão, onde atingiu sua melhor fase, conquistou seus maiores títulos e o status de zagueiro xerife. Atuou com ReyesRodrigues NetoLiminha, Doval entre outros grandes nomes que defenderam o clube na década de 70. Chiquinho também teve a honra de acompanhar de perto o inicio de carreira do maior de todos, Zico. 

Fez 108 partidas vestindo o Manto Sagrado, sem ter marcado nenhum gol. Foi Campeão Carioca em 1972 e 1974 . Seu alto rendimento no Flamengo lhe rendeu a convocação para a Seleção Brasileira pelo técnico Zagallo, que acreditava muito em Chiquinho, chegando a apontá-lo como um dos maiores zagueiros do mundo. Em 1973 realizou duas partidas, contra Argélia e Bolívia, mas não conseguiu se firmar no time canarinho. 

Saiu do clube em 1974 para jogar no Grêmio, e retornou ao Botafogo em 1975, onde encerrou sua carreira. Após se aposentar Chiquinho se dedicou à vida religiosa, chegando a se tornar vice-presidente da Igreja Messiânica Mundial do Brasil, sendo um dos responsáveis pela expansão da mesma na Angola e em todo o continente africano. 

Em 2010, com 63 anos de idade, Chiquinho sofreu uma forte torção no joelho e teve que iniciar tratamento, mas seu quadro evoluiu para uma infecção generalizada que não pode ser revertida, e o ex-zagueiro faleceu. 

Chiquinho é um dos Heróis do Mengão!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Paulo Henrique, o substituto de Nilton Santos na Seleção



O jogador homenageado no post de hoje é um dos grandes laterais-esquerdos da história do clube, Paulo Henrique. Entre os diversos títulos e jogos pelo clube, Paulo Henrique também contribuiu para o futuro do clube, pois é pai de Paulo Henrique Souza de Oliveira Filho, ou apenas Paulo Henrique, atacante do Flamengo de 1984 até 1985, que hoje é o técnico que comanda os juniores do clube. 

Paulo Henrique Souza de Oliveira nasceu em Quissamã, no ano de 1943. Começou sua carreira jogando pelo Quissamã Futebol Clube, uma equipe amadora de sua cidade. De lá saiu para o Flamengo onde começou a jogar profissionalmente. Jogador técnico e hábil, tanto na marcação quanto no apoio, Paulo Henrique foi dono da lateral esquerda do Mengão por doze anos, de 1960 a 1972, sendo o capitão do clube durante a década de 60. Defendeu o Manto Sagrado em 437 jogos, e marcou 14 gols. Conquistou 19 títulos, dentre eles os Campeonatos Cariocas de 1963, 1965 e 1972 e o Torneio Rio-São Paulo de 1961.

Em 1966 foi convocado pelo Técnico Vicente Feola junto com Silva para defender a Seleção Brasileira na Copa do Mundo na Inglaterra. Essa foi uma marca significativa em sua carreira, pois foi o jogador escolhido para substituir o lendário Nilton Santos em Copas do Mundo. Fez duas partidas, na vitória contra a Bulgária, o último jogo da dupla Pelé e Garrincha, e na derrota de 3x1 para a Hungria. Ao todo foram 13 partidas pela Seleção Brasileira.

Em 1971 foi emprestado ao Botafogo, numa troca por Roberto Miranda, e participou do time que conseguiu o vice-campeonato carioca e brasileiro daquele ano. Voltou para o Flamengo onde conquistou mais um Campeonato Carioca em 1972. No meio daquele ano, Paulo Henrique já tinha acertado a sua transferência para o America (RJ) quando surgiu uma proposta do Avaí. O Flamengo que tinha boas relações com o clube catarinense, liberou o jogador e abriu mão de receber uma compensação financeira. O lateral recebeu Cr$3.500,00 de luvas e ordenados, e comentou na época que aceitou ir para o Avaí porque havia iniciado sua carreira no juvenil do Flamengo, em 1959 com Walter Miraglia, e que treinava o Avaí  naquele ano.

Campeão Catarinense em 1973, Paulo Henrique se aposentou em 1974. Logo se tornou treinador, começando sua carreira no Campos Associação, extinto clube de Campos, onde dirigiu seu ex-companheiro de clube Murilo em fim de carreira. Comandou também Goytacaz, Americano, Portuguesa-RJ, América-RN, Remo, Seleção de Omã, Internacional de Lajes-SC, Rio Branco-ES, América-RJ e Quissamã.

Paulo Henrique é um dos Heróis do Mengão!

sábado, 1 de outubro de 2011

O matador Benitez



1949, Campeonato Sul-Americano disputado no Brasil. Em São Januário, Brasil e Paraguai se enfrentam e empatam em 1x1, resultado este que daria o título aos brasileiros. Um jovem chamado Benitez penetra a zaga do time canarinho como um raio, e marca o gol da vitória, por sinal até hoje a última vitória paraguaia em solo brasileiro. O nome do jovem jogador é Benitez, que nessa mesma competição marcou 4 gols em uma partida, na goleada de 7 X 0 sobre a Bolívia, sendo até hoje o jogador que mais marcou gols em uma única partida pela seleção Paraguaia.

Jorge Duílio Benitez Candia nasceu em Yaguaron, no ano de 1927. Iniciou sua carreira em 1945, jogando pelo Nacional do Paraguai. Foi Campeão Paraguaio em 1946, mas se destacou mesmo no Campeonato Sul-Americano de 1949. Após o torneio transferiu-se para o Boca Juniors, onde foi Vice-Campeão da primeira divisão argentina em 1950. Fez 18 gols em 44 jogos pelo Boca, antes de se transferir para o Flamengo em 1952.

Alto e forte, Benitez era um atacante matador. Logo em seu ano de estreia mostrou a que veio, sendo o artilheiro do Mengão na temporada com 27 gols em 32 jogos. A adaptação ao clube foi ótima, principalmente porque jogou junto com seu companheiro de seleção paraguaia, o goleiro Garcia. Foi o artilheiro do Campeonato Carioca de 1953 com 22 gols, ajudando o clube na conquista do Tricampeão Carioca em 1953/54/55. Jogou até 1956 no clube, quando quebrou a perna.

Em 115 jogos defendendo o Manto Sagrado, fez 76 gols, o que rende a Benitez até hoje o posto de segundo jogador estrangeiro que mais marcou gols pelo Flamengo, atrás apenas do argentino Doval. É ainda o nono jogador estrangeiro com mais jogos pelo clube.

Benítez é um dos Heróis do Mengão!

domingo, 25 de setembro de 2011

Henrique, o 3° maior goleador do Mengão!



Henrique marcou época no Flamengo comandando com sua camisa 9, célebres ataques e equipes da Gávea. Defendeu o Manto Sagrado de 1954 até 1963, em 412 jogos. Marcou 216 gols, sendo até hoje o terceiro maior artilheiro da história do clube. Atacante oportunista, com ótima impulsão, Henrique foi um centroavante de boa técnica, apesar do estilo rompedor. Além disso, era dotado de grande velocidade, coragem e visão de gol.

Henrique Frade nasceu no ano de 1934, em Formiga-MG. Começou pelo clube em 1954, mas só assumiu a posição de titular do time em 1957, com a saída de Índio para o Corinthians e de Evaristo para o Barcelona. Formou com JoelMoacir, Dida e Babá um dos mais famosos ataques da história do Mengão de todos os tempos, conquistando os Campeonatos Cariocas de 1954/55/63 e o Torneio Rio-São Paulo de 1961. 

Atuou pela Seleção Brasileira de 1959 até 1961. Porém Henrique teve uma pequena frustração, pois foi o único atacante do Flamengo que não foi convocado por Vicente Feola para a disputa da Copa do Mundo de 1958. O atacante vinha de uma temporada formidável em 1957, onde marcou 46 gols em 54 jogos. O treinador convocou JoelMoacir, Dida e Zagallo, mas optou por Mazzolla (Palmeiras) e Vavá (Vasco) para o lugar do artilheiro do Mengão. Disputou o Sul-americano de 1959, formando dupla com Pelé e ficando com o vice-campeonato invicto, pois o Brasil empatou na final com a Argentina, que se tornou campeã.

Seu jogo mais importante pelo time canarinho foi em 1959, no amistoso contra a Inglaterra no Maracanã, diante de quase 200 mil pessoas. Henrique deu o passe para o primeiro gol, de Julinho, que nesse jogo atuou no lugar de Garrincha e foi vaiado quase o jogo todo, e marcou o segundo na vitória do Brasil de 2 x 0.

Saiu do Flamengo em 1963 emprestado para jogar no Nacional-URU e se tornar Campeão Uruguaio. De volta ao Flamengo, foi emprestado à Portuguesa em 1964, onde passou a ser chamado de Henrique Frade, pois naquela época a Lusa tinha um lateral-esquerdo chamado Henrique Pereira e o sobrenome Frade foi usado para a diferenciação entre os dois. Em 1965 transferiu-se para o Atlético-MG, e encerrou a carreira em 1967 atuando pelo Formiga, clube de sua cidade natal.   

O ex-jogador morreu em 2004. Henrique morava no Rio de Janeiro e desde 1997 sofria com problemas de locomoção causados por uma fratura mal calcificada de uma de suas pernas.

Henrique é um dos Heróis do Mengão!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O Servílio do Flamengo


É normal no futebol alguns jogadores receberem apelido pela semelhança com um outro atleta. Obina, por exemplo, recebeu esse apelido por parecer com um jogador nigeriano que atuava nas categorias de base do Vitória. O meia Lucas do São Paulo era até pouco tempo chamado de Marcelinho, pela semelhança com o ex-meia do Flamengo e Corinthians. 

Na década de 50 o meia do Flamengo José Lucas foi apelidado pelos companheiros do time de Servílio, por ter uma forte semelhança física com o atacante do Corinthians de mesmo nome.

Servílio era nascido em Vargem Grande (RJ), no ano de 1929. Foi um meio-campista de bastante qualidade que protegia o esquema defensivo do time Tricampeão Carioca em 1953/5455 ao lado de nomes como Dequinha e Jordan. Defendeu o Manto Sagrado em 107 partidas, entre 1953 e 1956, marcando somente dois gols. Seu gol mais marcante pelo Flamengo foi na goleada histórica do Flamengo sobre o sueco Combinado de Uweea,  9x0. 

Saiu do clube no final de 1956, transferindo-se para o Botafogo. No ano seguinte jogando ao lado de nomes  como Nilton Santos e Didi tornou-se pela quarta vez Campeão Carioca. Servílio era o responsável por proteger a defesa alvinegra, e assim o fez com muito êxito, como nos anos anteriores pelo Flamengo. 

Posteriormente veio a jogar no São Paulo e no Sport Recife, mas sua melhor fase foi mesmo no futebol carioca. Servílio faleceu de infarto no estado de São Paulo, em 2001, aos 73 anos.

Servílio é um dos Heróis do Mengão!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Amado e os "casos"...



Amado Benigno foi um goleiro que atuou pelo clube de 1923 até 1934, fazendo 124 partidas com o Manto Sagrado. Nascido em Manaus, no ano de 1903, estreiou pelo Flamengo no dia 6 de maio de 1923, na vitória por 3x1 sobre o São Cristóvão. Conquistou três títulos pelo clube, o mais importante entre eles foi o Campeonato Carioca de 1927. É o 15° goleiro com mais jogos pelo clube. Jogou também uma vez pela Seleção Brasileira, em um amistoso Brasil 4 x 2 Rampla Juniors-URU, em 1929, no estádio de São Januário. 

Amado revesava no gol do Flamengo com outros goleiros, até se firmar como titular em 1926. Em 1927 vem sua consagração com o título Carioca, um dos títulos mais importantes conquistados pelo clube até então, pois a Associação Paulista de Sports Athléticos havia suspendido o Paulistano, e o Flamengo cedeu o campo da Rua Paissandu para que o time paulista disputasse alguns amistosos nesse período. Como retaliação e apoio político à entidade paulista, a Associação Metropolitana de Esportes Athléticos suspendeu o Mengão por um ano. 

Impedidos de jogar, alguns jogadores do Flamengo deixaram o clube. A punição porém foi revogada, e o clube teve que reconstruir o seu elenco, contratando antigos jogadores e incorporando algumas revelações como Flávio Costa. Apesar de todas as dificuldades no início do campeonato, como a goleada de 9 x 2 sofrida para o Botafogo, o time reagiu e conquistou o título estadual ao vencer na última rodada o América, jogo esse do histórico gol de Moderato.

Na véspera da final do Campeonato Carioca de 1928, que poderia dar o Bicampeonato ao Flamengo, o jogador Preguinho do Fluminense, que disputou a Copa do Mundo de 1930 no Uruguai, recebeu um  telegrama supostamente enviado pelo goleiro do Flamengo, Amado. “És sopa! Amanhã não farás gol!”. O atacante tricolor revoltado, respondeu  dizendo: “Farei dois gols, no mínimo”. 

No primeiro minuto de jogo, Amado falhou ao repor a bola em jogo e Preguinho fez 1 x 0. Aos 10 minutos do primeiro tempo, Preguinho ampliou. Promessa cumprida, infelizmente pra nós. O resultado do jogo foi 4 x 1 para o Fluminense, que venceu o campeonato. Só muito tempo depois se veio descobrir que Amado jamais havia lhe mandado qualquer telegrama, e a "provocação" foi obra de um sócio do Fluminense, Affonso de Castro, o Castrinho.

Quando jogava no Flamengo, Amado chegou também a dar uma de olheiro para o clube, pois ao observar um garoto que jogava nas categorias de base do Fluminense o convidou para jogar no Flamengo. Seu "assédio" porém não foi bem sucedido, mas não foi culpa dele. O grande problema foi que esse garoto se chamava Oscar Niemeyer, e o mesmo não aceitou o convite, pois não pretendia seguir carreira como jogador de futebol, que na época era um esporte amador e não permitia que os atletas sobrevivessem daquilo. Amado, por exemplo, era médico, profissão que continuou a exercer após encerrar sua carreira de jogador. O ex-jogador faleceu em 1965.

Amado é um dos Heróis do Mengão!