segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A superação de Moacir



O futebol é uma das maiores oportunidades de ascensão social em nosso país. Um garoto que mora em uma comunidade pobre sem acesso a boas escolas, o que acaba dificultando suas oportunidades, estaria provavelmente fadado a viver toda sua vida naquele ambiente. Ser abençoado com o talento para conduzir a bola dentro dos gramados amplia seu horizonte de vida. Nesse post contaremos a história de um jogador que superou as dificuldades da vida e venceu, mas que por uma tragédia hoje passa por sérias dificuldades.

Moacir Claudino Pinto nasceu em São Paulo no ano de 1936. Aos seis anos fugiu de casa após ser agredido e trancado com as galinhas como castigo por ter perdido o dinheiro do pai enquanto jogava futebol na rua. Foi parar numa delegacia, e depois de três dias sem nenhuma procura de seus pais e dos seus oito irmãos, foi enviado para um orfanato em Osasco. Ficou durante 11 anos nesse orfanato, até que o diretor do local, amigo do presidente do Flamengo na época, Gilberto Cardoso, sabendo do talento do menino o recomendou para treinar no clube.

Moacir foi para o Rio treinar no juvenil do Mengão, sendo aprovado e passando a morar na concentração do clube. O Flamengo virou sua casa e família. Quando já estava jogando no time titular, foi fazer um jogo contra o Corinthians em São Paulo. No hotel, sua mãe e seus irmãos o procuraram. O jogador ajudou sua família no início, mas depois que foi jogar no exterior perdeu novamente o contato.

Moacir foi um meia  magro e ágil, de drible fácil e de toques precisos que jogou no Flamengo de 1956 até 1962. Foi pelo clube que chegou à Seleção Brasileira, conquistando a Copa do Mundo, em 1958. O camisa 13 perdeu sua posição de titular antes da competição para Didi. Disputou sete jogos e marcou dois gols. Conquistou também a Copa Roca em 1957 e a Taça do Atlântico de 1960.

No seu começo no Flamengo teve a responsabilidade de substituir o ídolo do clube Doutor Rúbis. Formou um ataque poderoso no clube com Joel, Dida e Zagallo. Tal entrosamento foi inclusive aproveitado na Seleção, já que todos foram campeões mundiais com ele em 1958. Foram 237 jogos e 59 gols marcados. Conquistou seis títulos, sendo o mais importante o Torneio Rio-São Paulo em 1961.

Transferiu-se para o River Plate (ARG) em 1962 por um salário cinco vezes maior. Não deu certo e foi pro Peñarol ainda no mesmo ano, sendo Campeão Uruguaio logo em seu ano de estreia. Em 1963 se transfere para o Everest (EQU)  e em 1964 vai para o Barcelona (EQU). Aposentou-se em 1966 sendo Campeão Equatoriano. Quando se aposentou, começou a ensinar garotos a jogar bola, assumindo a função de treinador. Em 1986 classificou a seleção infantil do Equador ao Mundial da categoria. 

Moacir é muito querido no país, sendo ídolo da torcida do Barcelona de Guayaquil. É considerado um dos maiores jogadores da história do clube. Mora até hoje no Equador, mas após ter câncer de próstata teve que se afastar do cargo de diretor de uma escola de futebol em Guayaquil. O jogador esta passando por dificuldades financeiras, e precisa de ajuda para se sustentar.

Moacir é um dos Heróis do Mengão!  

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