quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O calculista ponta-direita Joel


"Fui titular na Seleção e jogo pelo Flamengo. O que mais posso querer na minha vida?" O dono dessa frase é Joel, o habilidoso ponta-direita que defendeu o Manto Sagrado e se tornou ídolo da Nação Rubro-Negra na década de 50. É considerado o maior ponta-direita do clube e um dos melhores jogadores da história do Flamengo, sendo presença garantida em muitas escalações do Flamengo de todos os tempos. Marcou 115 gols em 404 jogos, sendo o 16° maior artilheiro do Mengão.

Joel Antônio Martins nasceu no Rio de Janeiro, em 1931. Revelado pelo Botafogo, se transferiu para o Flamengo em 1950, numa transação que envolveu muito chororô pelo lado dos nossos rivais. O time alvinegro acusou o Flamengo de aliciar o jogador e ameaçou romper relações com o clube. Para manter uma relação amigável o Mengão decidiu pagar Cr$100 mil ao Botafogo. Flamenguista desde criança, Joel sempre afirmou que defender o Manto Sagrado foi um sonho realizado.

O investimento foi muito lucrativo, pois dentro de campo Joel foi um dos destaques do Flamengo durante a década de 50. Ao lado de Rubens, Dida, Zagallo e Evaristo, formou o time que recebeu o apelido de "Rolo Compressor", considerado um dos maiores ataques da história do Clube, e que conquistou o Tricampeonato Carioca em 1953/54/55.

Craque cerebral, inicialmente gerou dúvida nos comentaristas, pois alguns diziam que seu jeito frio e calculista não combinava com a vibração e alegria do futebol brasileiro. Joel concluía com eficiência e se destacava por seus cruzamentos em curva sempre perfeitos, e de vez em quando, na direção do gol surpreendendo não só os zagueiros como os goleiros. Foi com cruzamentos assim que deu passes para dois dos três gols do Mengão na final do Campeonato Carioca de 1954, contra o América RJ.

Joel foi um dos seis jogadores do clube que faziam parte da Seleção Brasileira que conquistou a Copa do Mundo em 1958. Fez os dois primeiros jogos como titular, mas perdeu a posição para Garrincha. Jogou pela Seleção em 15 partidas entre 1957 e 1961, marcando 4 gols. 

Após a Copa foi vendido ao Valência, mas retornou ao clube em 1961, se tornando Campeão do Torneio Rio-São Paulo, inclusive marcando um dos gols do jogo decisivo contra o Corinthians.

Em sua volta ao clube, Joel foi vítima de uma grande humilhação. No dia da decisão do título carioca de 1962, o técnico Flávio Costa mandou parar o ônibus do clube na Praia do Flamengo e mandou Joel descer, pois havia escolhido Espanhol para começar o jogo. O resultado não foi nada positivo pro Mengão. Garrincha acabou com o jogo, o Botafogo venceu por 3 a 0, conquistou o Bicampeonato Carioca e Espanhol não jogou nada. 

Talvez por isso Joel transferiu-se para o Vitória em 1963, onde se aposentou em 1964. Joel continuou trabalhando no Flamengo, nas divisões de base tendo a missão de reconhecer os talentos que chegavam na Gávea.

Joel morreu de insuficiência cardíaca em 2003. Foi velado no Salão Nobre da Gávea e sepultado no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, com a bandeira do Flamengo no peito.

Joel é um dos Heróis do Mengão!

2 comentários:

  1. Rafael, primeiramente, parabéns pelo blog, muito boa a ideia. Tava faltando algo assim.

    Sobre Joel, posso dizer que tive a "honra" de ter sido dispensado por ele num teste que eu fiz pra jogar no Flamengo! hehe

    Abraço SRN

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