sexta-feira, 3 de junho de 2011

Doutor Rúbis



Aproveitando o gancho do primeiro post, nada melhor do que continuar nossa pequena homenagem no blog aos Heróis do Mengão com o parceiro de meio-campo do Dequinha no Tricampeonato Carioca de 1953/54/55: Rubens. Ou melhor, Doutor Rúbis, como era carinhosamente chamado pela Nação na época.

Rubens Josué da Costa, nascido em Barra Funda (SP), atuou no Mengão entre os anos de 1951-1957, e vestindo a camisa número 8 do Flamengo marcou 84 gols em 173 partidas. Talentoso meia-direita, Rubens recebeu o apelido de Doutor Rúbis devido ao seu estilo no meio-de-campo, sempre distribuindo bem as jogadas e comandando a equipe com seu talento.

Rubens era um atleta que possuía uma incrível facilidade para dominar e controlar a bola. Tais atributos despertaram a atenção do jornalista e escritor Mário Filho que chegou a dizer que "havia um elástico virtual, invisível, ligando a bola à chuteira de Rubens".

Dono de um drible curto, tinha extrema facilidade de se infiltrar pela defesa adversária. Para completar sua lista de atributos, some a precisão nos seus passes e lançamentos, e um chute forte e colocado, o que lhe tornava um grande batedor de faltas. Esse era o Doutor Rúbis...

Com tantas qualidades assim, Rubens deve ter sido uma contratação muito comemorada pela Nação na época, certo? Errado! O jogador começou sua carreira no Ypiranga (SP), e após se destacar foi vendido à Portuguesa de Desportos, mas sua passagem pelo clube durou apenas uma excursão pela Europa. De lá foi direto pra Gávea, que estava em crise, pois o clube acabara de vender o craque Zizinho pro Bangu. Zizinho era um dos grandes ídolos da época e a torcida estava muito revoltada, o que criou um clima de incerteza e dúvidas sobre a contratação e a eficiência de Rubens.

Como acabar com a desconfiança da torcida, de forma rápida e eficiente? Se você pensou em uma vitória sobre os Vices, acertou em cheio! Sua estreia em jogos oficiais pelo clube foi justamente contra o Vasco, clube que na época o Mengão não vencia fazia sete anos. Em 16 de Setembro de 1951, diante de um Maracanã lotado, Rubens foi um dos grandes responsáveis pela vitória de virada por 2 x 1, sendo seus passes decisivos para os gols do time.

Viveu sua melhor fase pelo clube em 1953, onde em 48 jogos marcou 31 gols. Tal desempenho lhe rendeu uma vaga na Seleção Brasileira que disputou a Copa do Mundo de 1954, na Suíça.

Um desentendimento com o treinador paraguaio "Feiticeiro" Solich fez com que sua passagem pelo clube fosse encerrada. Seguiu para o Vice Sem Grana, onde provando todo o seu talento foi campeão Carioca e do torneio Rio-São Paulo, ambos em 1958. Atuou novamente pela Portuguesa e encerrou sua carreira pelo Prudentina (SP).

Rubens faleceu em 1987, vítima de um câncer de pulmão, pobre e esquecido, como muitos dos craques da época. Ficou na memória apenas daqueles que foram felizardos de acompanhar o seu talento com o Manto Sagrado. É com muito prazer que o homenageio hoje, através desse humilde post.

Rubens é um dos Heróis do Mengão!


4 comentários:

  1. Seeeeeeeeeeeeu Rubis!!
    só por ele ter se consagrado com uma vitoria sobre os vices,ja devia ser adorado por muitos (:
    Outro qe eu nao conhecia ;/
    mas qe bom qe vc ta aqui pra lembrar desses herois do manto!
    outro post muito bom *-*

    @paamsousa

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  2. Muito bom!

    Dr Rubis,fumante inveterado,por isso a briga com o técnico,que era anti tabaco rsrsrs

    Abração,parabens pelo texto!

    SRN

    @felipegodinho1

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  3. Solich era paraguaio, e não uruguaio.

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  4. Boa observação Paulo, informação corrigida já!
    Obrigado!
    SRN!

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