domingo, 26 de junho de 2011

O Rei dos Pênaltis

Jurandir com a faixa de Tricampeão Carioca de 1942/43/44

A história recente dos goleiros do Flamengo pode ser marcada com as inúmeras cobranças de pênaltis defendidas por eles. A conquista do Campeonato Carioca desse ano foi marcada pelas defesas de Felipe nos jogos semifinais dos dois turnos, contra Botafogo e Fluminense, além do pavor que transmitiu aos batedores vascaínos na final da Taça Rio. 
Alguns anos atrás era Bruno, que durante o quinto Tricampeonato Carioca do clube, em 2007/08/09, abriu e fechou a série defendendo cobranças de pênaltis do Botafogo, levando os alvinegros ao Chororô. Durante a campanha do Hexacampeonato Brasileiro em 2009, Bruno também aterrorisou muitos cobradores, como no épico jogo contra o Santos, onde defendeu duas cobranças do meia Ganso.

O desempenho de ambos os goleiros, apesar de alto, não lhes rendeu a alcunha de "Rei dos Pênaltis". Coube a outro goleiro rubro-negro tal distinção, Jurandir.
Jurandir foi um goleiro que fez fama no Palestra Itália, mas que se consagrou definitivamente no Flamengo. Defendeu o clube em 107 jogos, de 1942 até 1946, sendo importante peça da equipe que conquistou o Tricampeonato Carioca de 1942/43/44. Apelidado de “Rei dos Pênaltis”, comandou com Domingos da Guia e Newton Canegal uma das mais eficientes zagas da história do clube.

Jurandir Corrêa dos Santos nasceu em São Paulo, no ano de 1912. Iniciou sua carreira em 1930, no São Bento, clube onde ficou até 1933. Em 1934, transfere-se para o São Paulo da Floresta, clube em que fica por pouco tempo, pois logo em seguida vai para o Fluminense. É no Palestra Itália, hoje Palmeiras, que chama a atenção do público e faz fama. Chega em 1935 e fica até 1939, conseguindo o Campeonato Paulista de 1936 e a convocação para a Seleção Brasileira. Defendeu a Seleção em oito jogos, disputando inclusive o Campeonato Sul Americano de 1937. O sucesso lhe rende um convite para jogar no futebol argentino, em 1940, onde joga pelo Ferro Carril Oeste, e pelo Giminasia Y Esgrima, em 1941.

Em 1942, o então treinador do Flamengo Flávio Costa pede à direção que contrate um goleiro para ser reserva de Yustrich, então titular do clube. O nome sugerido por ele era o do ídolo do Palmeiras, Jurandir. A diretoria do clube atende ao pedido do treinador e o contrata. Inicialmente reserva, Jurandir acaba barrando o titular na estreia do 2° turno do Campeonato Carioca, na vitória de 4x2 sobre o Canto do Rio. Daquele jogo em diante, Jurandir assume a titularidade e não sai mais do time até 1946.

Goleiro seguro e arrojado, o jogador obtém um recorde, recém igualado por Felipe, sofrendo a sua primeira derrota apenas em seu 25º jogo pelo clube. Foi em 3 de março de 1943, na derrota por 3x0 em um amistoso contra o Palmeiras. Durante esse período, levou 30 gols. 
Após sair do clube, em 1946, jogou por um ano no Corinthians. Em 1947, transfere-se para o Comercial, onde se aposenta em 1948. O jogador veio a falecer em 1972.
Jurandir é um dos Heróis do Mengão!

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