quinta-feira, 16 de junho de 2011

Biguá, O Índio

 
Biguá na capa da Revista Globo Sportivo de 1951.


Pergunte a qualquer torcedor rubro-negro: "quem é o maior lateral direito da história do Flamengo?", e a resposta será provavelmente unânime: Leandro. Agora, pergunte quem foi o segundo maior? Para os flamenguistas nascidos antes ou durante a década de 40 a resposta também será unanimidade: Biguá!

Biguá era considerado o melhor de sua posição em toda história do clube até o surgimento de Leandro. Marcador implacável, botava medo em qualquer ponta-esquerda que precisava enfrentá-lo. Seus principais títulos pelo clube foram 4 Campeonatos Cariocas, sendo Tricampeão em 1942/43/44 e em 1953, o primeiro de uma nova sequencia de Tricampeonato.

Moacir Cordeiro, que também era chamado de “O Índio”, nasceu em Irati-PR, em 1921. Começou nos juvenis do Atlético do Paraná e chegou ao Flamengo em 1941. Ao chegar à Gávea teve que se impor diante de um plantel recheado de grandes craques como Zizinho, Domingos da Guia, Jaime e Pirilo. Obteve muito êxito, marcando época ao lado de Modesto Bria e Jaime de Almeida, quando formou uma das intermediárias mais famosas do Brasil.

Jogador franzino, através de sua valentia e grande disposição transformava-se num gigante dentro de campo. Se lhe faltava altura, sobrava-lhe uma elasticidade fora do comum, além de um perfeito senso de posicionamento e muita coragem para decidir as jogadas. Jogava marcando o ponta esquerda adversário e gostava de apoiar o ataque, característica possibilitada pela sua grande capacidade técnica. Nos últimos anos de sua carreira chegou a jogar como ponta direita.

O Flamengo foi seu único clube como profissional, e em 1953 precisou encerrrar sua carreira devido à uma grave contusão nos ligamentos do joelho. No dia 3 de novembro de 1953, contra o Botafogo no Maracanã, Biguá posou ao lado dos companheiros, tirou as chuteiras e deu uma volta olímpica. Era o fim de uma grande história, escrita em 390 jogos e com 7 gols marcados. Defendeu ainda a Seleção Brasileira em 1945 na disputa do Campeonato Sul-Americano daquele ano, disputando seis partidas.

Durante muitos anos, foi proprietário de um bar que ficava na sede do clube no Aterro do Flamengo. Biguá foi Flamengo até morrer, em 1989. Como nenhum outro jogador ele encarnou a mística rubro negra. Enquanto jogou, deu-se por inteiro ao Flamengo, festejando as vitórias e chorando nas derrotas. Mais do que um torcedor, Biguá foi um símbolo. Para defender o clube, Biguá usava uma garra incrível, como se cada jogo fosse o último. Foi um dos jogadores que mais demonstraram a raça em campo tanto exigida por nós torcedores.

Biguá é um dos Heróis do Mengão!

3 comentários:

  1. Caro Rafael, voce conhece o site www.flaestatistica.com (não tem .br)

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    SRN
    Celso Jr.

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  2. Biguá foi casado com a minha tia lurdes e viveu seus ultimos anos na cidade de Porciúncula RJ interior do Rio .
    aqui em Porciúncula tem A ( ESCOLINHA BIGUÁ ) uma homenagem ao tio Bigua .

    abraços tudo de bom

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